Ministro da economia afirmou que quer privatizar todas as estatais com um “fast track”, manobra que reduz o tempo gasto com e venda das empresas
O ministro da Economia Paulo Guedes, em entrevista ao jornal Valor Econômico, falou sobre providências relacionadas à liberalização da economia, como a venda de todas as estatais do país. Para encurtar o tempo gasto para fazer uma privatização, Guedes quer um "fast track" para as vendas e concessões das empresas.
“Este desejo de vender boa parte das estatais requer um longo caminho, acho muito difícil a gente imaginar um ‘fast track’ desse jeito que o Guedes colocou, de mandar tudo de uma vez para o Tribunal de Contas da União e isso ser enviado para o Congresso para análise. Pode até ser feito desta maneira, mas levará provavelmente mais do que um mandato do Bolsonaro”, analisa o economista-chefe da MB associados, Sergio Vale.
Durante a entrevista, um dos assuntos que voltou a ser abordado pelo ministro foi a criação do Imposto sobre Transações Financeiras (ITF), que seria um sucessor da Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira (CPMF).
“Eu espero que a CPMF não volte, já tivemos uma experiência no passado, este é um imposto acumulativo e que distorce a economia”, aponta o economista sobre a proposta.
“Acho que ao longo dos próximos anos o que poderia ser feito é uma baita reforma tributária, tanto no imposto de renda, como no imposto sobre o valor acrescentado. Essas reformas por si só tendem a gerar crescimento significativo e ao longo de um grande período, a gente pode gradativamente ir desonerando a folha sem precisar colocar um imposto alternativo”, sugere ele.
Segundo Guedes, o ITF poderia gerar a arrecadação de até R$ 150 bilhões por ano. “É feio, é chato, mas arrecadou bem e por isso durou 13 anos", disse ele.
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