Objetivo é mostrar que a criação inspirada nas raízes africanas vai além dos clichês associados ao samba e ao carnaval
O novo projeto do pianista e compositor Fábio Caramuru e da professora e pesquisadora Ligia Fonseca Ferreira coloca em foco a cultura negra na música de concerto no Brasil. Eles organizaram dois programas distintos, que serão apresentados de quinta (28) a domingo (31) na Caixa Cultural.
Os Concertos Afro-Brasileiros englobam estilos como toada, canção, choro, samba e maracatu no formato de música de câmara. O violonista Daniel Murray, as cantoras líricas Edna D’Oliveira e Edineia de Oliveira e o pianista Hercules Gomes são alguns dos convidados. As apresentações incluem obras inspiradas em temáticas africanas e afro-brasileiras de compositores como Carlos Gomes, Villa-Lobos, Ernesto Nazareth, Tom Jobim, Pixinguinha e Baden Powell.
A realização do projeto era um antigo sonho de Ligia Fonseca Ferreira, professora de Letras na Universidade Federal de São Paulo e Doutora pela Universidade de Sorbonne, na França. Frequentadora de concertos, ela observou a relativa ausência de projetos musicais no país que incluam a temática afro-brasileira nos programas das orquestras. Segundo ela, os quase 400 anos de escravidão e milhões de africanos trazidos para o Brasil deixaram uma marca indelével na cultura nacional, que também precisa estar nas salas de concertos.
Concertos Afro-Brasileiros, de 28 a 31 de julho, às 19h15, na Caixa Cultural: Praça da Sé, 111. Entrada gratuita.
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