Lançado por um selo canadense, agora chega ao Brasil pelo Selo SESC
Em 1993, Sérgio Abreu foi convidado a produzir a primeira gravação de um jovem violonista, Paulo Martelli. Na época já dedicado à profissão de celebrado lutiê, depois de uma curtíssima porém fulgurante carreira internacional ao lado do irmão Eduardo entre 1968 e 1970, Sérgio conhecia Paulo desde 1981, quando o viu tocar pela primeira vez.
E aceitou a empreitada. “Quando ele me convidou”, escreve Sérgio no encarte do CE desta semana, “logo pensei em lhe oferecer a possibilidade de usar alguns dos instrumentos de minha coleção de violões históricos”.
Foi assim que os dois instrumentos usados pelo Duo Abreu em suas gravações fundamentais do final do anos 1960 e início da década de 1970 foram dedilhados por Martelli. Sérgio é definitivo em seus elogios a Martelli: “Ele explora a sonoridade do violão e sua riqueza expressiva, com a finalidade de atingir o significado interior da música que toca”. Estas palavras foram escritas em 1996.
“Debut” foi lançado pelo selo canadense GRI em 1995 e desde então tornou-se raridade, praticamente inacessível. O Selo SESC em boa hora o recoloca em circulação. Martelli é hoje mestre consumado do violão de 11 cordas. E teve o privilégio de gravar Debut na casa de Sérgio em 1993. Ele tocou nos dois instrumentos usados pelo lendário Duo Abreu em suas gravações: um Hermann Hauser de 1930 e um violão Santos Hernández da década de 1920. A versão ora lançada pelo Selo SESC foi remasterizada por David Hirschy no Miramont Studio, nos Estados Unidos.
Martelli fez mestrado na Juilliard School de Nova York e desde os anos 1990 faz uma carreira internacional de muito destaque. Paralelamente, é um dos grandes produtores brasileiros, com seu Movimento Violão, série internacional de concertos que por mais de treze anos tem apresentado os maiores nomes do violão. Em formato único, são gratuitos e abrangem o interior do Estado de São Paulo, a capital e outros Estados. Em 2011 Movimento Violão estreou no Kennedy Center, em Washington, nos Estados Unidos. Martelli estreou no Carnegie Hall em recital em 1995. Ele começou estudando com Francisco Brasilino e Henrique Pinto.
O CD Debut oferece um programa atraente, com dois compositores do século 19 -- Anton Diabelli (mais conhecido como editor de Beethoven) e Paganini -- e do século 20: o italiano Mario Castelnuovo-Tedesco e o britânico Albert Harris.
FAIXAS
Anton Diabelli (1781-1858):
Sonata em lá maior (edição Julian Bream)
1. Allegro moderato
2. Andante sostenuto
3. Minuetto (scherzo)
4. Rondó: Allegro
Niccolò Paganini (1782-1840):
5. Romanza (arr. Sérgio Abreu) da Grande Sonata para violão e violino em lá maior
Albert Harris (1916-2005):
Variações e Fuga sobre um tema de Haendel:
6. (Theme) Andantino gracioso (passapied)
7. Var. 1: Allegro
8. Var. 2: Siciliana
9. Var. 3: Minuet
10. Var. 4: Andante tranquilo con sentimento
11. Var. 5: Allegro scherzando
12. Var. 6: Barcarolle (Andante gracioso)
13. Fugue (con moto)
Mario Castelnuovo-Tedesco (1895-1968):
Sonata opus 77 (Omaggio a Boccherini):
14. Allegro con spirito
15. Andantino quasi canzone
16. Tempo di Minuetto
17. Vivo ed enérgico
Gravado no Rio de Janeiro em fevereiro e março de 1993
Lançamento SeloSESC 2017. Selosesc@sescsp.org.br
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