A pianista e compositora nasceu em 13 de setembro de 1819, há 200 anos
Esta é a semana Clara Schumann. Nascida Clara Wieck e imortalizada como mulher que encarnou o protótipo da paixão romântica ao lado do igualmente pianista e compositor Robert Schumann, ela finalmente parece que está adquirindo o real contorno de seu significado como pianista e compositora. A música que escreveu – basicamente até o casamento com Robert em 1840, pois depois disso praticamente renunciou à composição, permanecendo apenas pianista que, com suas longas turnês, deu sustento ao marido e aos oito filhos do casal.
Nesta sexta-feira, dia 13, Clara completaria 200 anos. No rarefeito panteão das grandes compositoras, ela é o ícone mais conhecido. E pelos motivos errados, digamos assim. Sua celebridade deve-se ao romance com o compositor Robert Schumann. Isso só quer dizer que Clara aparece sempre nos manuais de história da música de modo secundário. Ora, como as mulheres de hoje em dia, Clara tinha de trabalhar para garantir o sustento da família: dando aulas, fazendo recitais e tocando com orquestras pela Europa.
Sofreu muito preconceito, o que a levou a escrever que “acreditei que tinha talento criativo, mas desisti desta ideia; uma mulher não pode desejar compor – nunca houve nenhuma capaz disso. E eu serei a primeira? Seria arrogância minha acreditar nisso. Meu pai tentou me influenciar neste sentido. Mas eu logo desisti. Que Robert possa sempre compor, isso sempre me fará feliz”.
No CD desta semana, a pianista francesa Marie Vermeulin, de 35 anos, constrói um repertório entrelaçando peças de Clara com as de Robert. Um modo delicioso de comemorar o aniversário dela.
E de contribuir para a diminuição do preconceito histórico que a limitou à prática de gêneros menores, tidos como “femininos”, como a música para piano e camerística, além de canções. Mesmo assim, ela compôs um concerto para piano e orquestra. Charles Rosen, o dublê de pianista e notável musicólogo, afirma em seu livro “A geração romântica” que “o recalque e a marginalização de Clara Wieck como compositora constituem possivelmente o mais desastroso preconceito do século 19 contra as mulheres compositoras – que infelizmente permanece até hoje”.
FAIXAS
Clara Schumann: Soirées musicales, op. 6:
1. Toccatina
2. Notturno
3. Mazurca
4. Ballade
5. Mazurka
6. Polonaise
Robert Schumann: Kinderzenen, op.,15:
7. Von fremden Ländern und Menschen
8. Kuriose Geschichte
9. Hasche-Mann
10. BIttendes Kind
11. Glückes genug
12. Wichtige Begebenheit
13. Träumerei
14. Am Kamin
15. Ritter vom Steckenpferd
16. Faz zu Ernst
17. Fürchtenmachen
18. Kind im Einschlumunem
19. Der Dichter spricht
Robert Schumann: Waldszenen, op. 82:
20. Eintritt
21. Jäger auf der Lauer
22. Eisame Blumen
23. Verrufene Stelle
24. Freundliche Landschaft
25. Herberge
26. Vogel als Prohet
27. Jagdlied
28. Abschied
Clara Schumann:
29. Romance sem opus
Paraty, 2019. www.paraty.fr
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