Em 4 sonatas, ele apresenta suas armas ao público vienense entre 1796 e 1798
As quatro sonatas do segundo álbum da integral realizada pelo pianista turco Fazil Say foram compostas entre 1796 e 798. A no. 4, opus 7, foi publicada sozinha, por iniciativa de Beethoven, que pretendia fazer seu grande debut em Viena. Ele a chamou de “Grande sonate”, dedicada a “Mademoiselle condessa Babette de Keglevicz”. De fato, ela atraiu a atenção do mundo musical vienense sobre ele. Talvez por causa da condessa, a sonata ganhou o apelido de “Amorosa”.
É a mais encorpada deste período. O Allegro molto abre com pulso regular de colcheias repetindo a mesma nota em compasso 6/8, anunciando um papel preponderante atribuído ao ritmo. O Largo em forma ABA começa com curtos motivos que instauram uma atmosfera de suspensão, só interrompida por fortíssimos imprevisíveis. O scherzo Allegro contrasta com o Trio central que privilegia a densidade harmônica. O rondo final retoma a pulsação regular, agora com semicolcheias. É a mais interessante sonata de Beethoven até aquele momento.
As três sonatas do opus 10 foram publicadas em outubro de 1797. Cada uma delas possui uma concepção bem diferente e específica. As duas primeiras têm três e a terceira quatro movimentos. Beethoven se interroga aqui sobre a função do minueto. Escreveu que “nas novas sonatas, minuetos muito curtos”. Assim, na sonata no. 5 ele suprime o minueto; na no. 6 o substitui por um Allegretto; e o conserva na no. 7, mas conferindo-lhe um andamento Allegro, mais rápido do que era costume.
“Além de repensar a arquitetura da forma sonata”, acentua Ea pesquisadora francesa Elisabeth Brisson, “Beethoven modifica os seus procedimentos clássicos de escrita: estas sonatas possuem uma escrita inovadora elaborada a partir do material musical bruto, como a escala, arpejos, acordes perfeitos, etc.” E conclui: “As três constituem uma espécie de manifesto em favor da liberdade de escrita, que permite integrar formas antigas – como as herdadas de Bach – numa linguagem moderna”.
A execução primorosa de Fazil Say acentua estas características inovadoras.
FAIXAS:
Sonata n°4 em mi bemol maior, op.7:
1. Allegro molto e con brio
2. Largo con grande espressione
3. Allegro
4. Rondo (poco allegretto e grazioso)
Sonata n°5 em dó menor, op.10, n°1:
5. Allegro molto e con brio
6. Adagio molto
7. Finale (prestíssimo)
Sonata n°6 em fá maior, op.10 n°2:
8. Allegro
9. Allegretto
10. Presto
Sonata n°7 em em ré maior, op.10 n°3:
11. Presto
12. Largo e mesto
13. Menuetto (Allegro)
14. Rondo (Allegro)
Warner Classics, 2020.
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